PMMA nunca mais! Conheça os riscos do polimetilmetacrilato e como solucionar intercorrências
O uso do PMMA, também conhecido como bioplastia, continua sendo bem polêmico e causando graves complicações em muitos pacientes que realizaram procedimentos com esse tipo de preenchedores para tratar rugas, “bigodes chinês”, preencher cicatrizes e aumentar os lábios
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera que o PMMA pode ser utilizado para fins estéticos apenas em casos de correção de rugas ou para a restauração de pequenos volumes que podem ter sido perdidos com o passar do tempo, tendo em vista o envelhecimento dos tecidos e camadas da pele.
Por outro lado, nem a SBCP – Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, nem a SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia recomendam o uso da substância. De acordo com médicos das duas entidades, aceita-se a utilização da substância apenas em casos de preenchimento facial em pessoas com HIV/Aids por lipodistrofia devido aos medicamentos, indicação prevista pela Anvisa em portaria de 2009. E alertam ao risco.
Riscos do uso do PMMA
Deformidades podem ser causadas pelo uso incorreto, reações do organismo ao produto ou alergias;
Se injetado em um vaso sanguíneo, pode levar à necrose da pele ou mesmo à morte;;
Em caso de reação alérgica ou fibrose do produto a substância pode causar danos permanentes à estética do paciente.
Segundo o Dr. Fabio Barros, odontologista especialista em harmonização facial, trabalhando principalmente com preenchedores de ácido hialurônico e toxina botulínica, as aplicações feitas com PMMA são algumas das causas que mais aparecem em suas clínicas por intercorrências. O cirurgião dentista explica como o aparelho de ultrassonografia o auxilia nessas situações.
“Com certa frequência chegam pacientes com intercorrências após a aplicação de PMMA, vindos de outros profissionais. Com o uso do aparelho de ultrassonografia, é possível mapear o rosto para diagnosticar e resolver as intercorrências, inclusive, observar aplicações feitas anteriormente. A remoção do material PMMA é cirúrgica,visto que não é reabsorvível” explicou.
O Dr. Fabio Barros também alertou que materiais diferentes, quando aplicados, podem não ser compatíveis em caso de haver alguma mescla entre eles. “Muitos pacientes realizaram preenchimento com PMMA décadas passadas e hoje creem ser ácido hialurônico, que é a substância que utilizamos atualmente”.
Além disso, o cirurgião dentista fez questão de ressaltar a importância da ultrassonografia em todos os procedimentos que envolvem preenchimentos. “A ultrassonografia é o novo raio X da face. Não precisamos mais trabalhar às cegas. O aparelho é útil antes de iniciarmos os procedimentos, mapeando o rosto do paciente, durante as aplicações e também como confirmação após a conclusão de todo o processo”, e fez um alerta aos novos profissionais que estão ingressando neste mercado: “Um bom profissional tem de saber resolver intercorrências, tem de saber resolver qualquer problema que possa aparecer, e o Doppler veio para ajudar ainda mais a solucionar todas essas situações”, finalizou.
Dr Fabio Barros é cirurgião-dentista, especializado em procedimentos relacionados à harmonização facial. Atualmente o profissional possui um consultório no bairro do Leblon, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente na rua Ataulfo de Paiva 1251/ sala 210. Recentemente montou um curso sobre resolução de intercorrências em harmonização, que foi um sucesso, e em breve lançará o curso também no formato online, para aqueles profissionais que pretendem se capacitar ainda mais.
