Ácido Hialurônico com PMMA: o que você precisa saber para evitar problemas
Preenchedores de ácido hialurônico (AH) são reversíveis e amplamente usados. Já o PMMA é permanente. Quando um paciente tem PMMA antigo e deseja AH, surgem dúvidas legítimas sobre segurança, riscos de infecção por biofilme e zonas seguras. Este guia explica, de forma prática, quando é possível, como avaliar e como reduzir intercorrências.
Fundamentos e avaliação prévia
O que é PMMA e por que ele se comporta diferente do ácido hialurônico?
O PMMA é um preenchedor permanente, composto por microesferas que ficam integradas ao tecido e podem induzir biofilme bacteriano. O ácido hialurônico, por sua vez, é reversível (hialuronidase) e biocompatível. Essa diferença torna o manejo de áreas previamente tratadas com PMMA mais delicado, exigindo avaliação rigorosa.
O AH tem comportamento previsível e possibilidade de reversão em eventos adversos. O PMMA, por ser permanente, não “some” com o tempo e pode gerar reação inflamatória tardia se for manipulado. Além disso, depósitos de PMMA podem estar em diferentes planos (derme profunda, subcutâneo, supraperiosteal) e nem sempre são palpáveis. Por isso, mapear localização e extensão é determinante antes de considerar novo preenchimento.
Por que a ultrassonografia facial é indispensável antes de decidir?
A ultrassonografia facial identifica onde está o PMMA (plano, extensão e proximidade de estruturas) e ajuda a planejar zonas seguras para o AH. Sem esse mapeamento, existe maior risco de encostar a cânula/agulha no PMMA, desorganizar biofilme e deflagrar infecção de difícil manejo, especialmente perto de estruturas nobres.
O ultrassom de alta frequência (15–22 MHz) permite visualizar depósitos e diferenciar conteúdos. Com base nas imagens, define-se trajetos, profundidades e possíveis abordagens laterais/posteriores que respeitem o “berço” do PMMA. O exame também auxilia no seguimento (comparar antes/depois) e no manejo de eventuais reações inflamatórias, tornando a indicação mais segura.
Em que situações é possível usar ácido hialurônico em quem tem PMMA?
Quando o PMMA está delimitado e distante das áreas que precisam de volume/definição, pode-se trabalhar com AH em zonas posteriores/laterais (têmporas, região malar lateral, contorno mandibular estratégico), evitando qualquer contato com o PMMA. O plano deve prever antibiótico-terapia, técnica atraumática e monitoramento.
A lógica é harmonizar à distância: usar AH para lift indireto ou redistribuição de vetores, sem tocar o PMMA. Ajustes no mento e lateral da face podem reposicionar tecidos e melhorar o contorno, diminuindo a demanda sobre a área com PMMA. Menor quantidade, maior precisão e cânulas adequadas ajudam a reduzir riscos.
Dr. Fabio Barros esclarece algumas dúvidas
P: Tenho PMMA no rosto. Posso fazer preenchimento com ácido hialurônico?
R: “Depende. Primeiro, fazemos ultrassonografia da face para identificar onde está esse PMMA: mais superficial ou profundo. Se eu consigo trabalhar com AH em camadas laterais e obter um lift, posso tratar zonas posteriores (têmpora, lateral da face), sem mexer no PMMA.”
P: O risco é o AH “tocar” o PMMA?
R: “O problema não é o AH tocar. O risco está na cânula/agulha encostar no PMMA. Em torno dele, forma-se um biofilme — bactérias organizadas e ‘quietas’. Se a cânula desorganiza esse biofilme, posso desencadear infecção difícil de remover, especialmente se o PMMA estiver perto de estruturas importantes.”
P: Então nunca dá para preencher?
R: “Dá, desde que eu trabalhe longe do PMMA, promovendo lifting e volume onde não há PMMA. Prescrevo antibiótico-terapia, avalio por ultrassom e acompanho de perto. Com profissional habilitado, é possível sim tratar com segurança.”
Estratégias práticas de tratamento
Quais são as “zonas inteligentes” para resultado sem encostar no PMMA?
Zonas laterais e posteriores (têmpora, malar lateral, arco zigomático, contorno mandibular estratégico e, em casos selecionados, mento) permitem vetores de sustentação e melhora do contorno à distância. O objetivo é elevar e redistribuir sem atravessar o “campo” do PMMA mapeado no ultrassom, reduzindo o risco de biofilme.
- Têmpora/zigoma: vetores superiores para “abrir” o terço médio.
- Malar lateral: realça a projeção lateral, reduzindo sombra central.
- Mandíbula (lateral): define ângulo e linha, melhorando a transição cervicofacial.
- Mento (selecionado): pequena projeção pode estabilizar tecidos e harmonizar o perfil.
Sempre com traçado prévio no ultrassom e cânulas que sigam planos seguros.
Qual técnica reduz risco quando há PMMA prévio?
Cânulas rombas, trajetos fora do campo do PMMA, baixa pressão, depósitos pequenos e aspiração pré-injeção reduzem trauma. Antissepsia rigorosa, antibiótico-terapia individualizada e follow-up precoce completam a estratégia. O profissional deve ter plano de contingência para eventos inflamatórios tardios.
Evite retroinjeções longas cruzando trajetos incertos. Prefira pontos de entrada que contornem a área mapeada. Em casos de pele fina ou cicatrizes, replaneje profundidade. Documente consentimento informado abordando riscos específicos de biofilme e a possibilidade de múltiplas sessões com volumes menores.
Em que casos o AH está contraindicado em presença de PMMA?
Se o PMMA é difuso, mal delimitado, muito superficial ou ocupa justamente as áreas necessárias ao AH, o risco supera o benefício. Processos inflamatórios ativos, infecção, granulomas ou histórico de reação tardia também contraindicam. Nesses cenários, busque alternativas e controle clínico.
A segurança vence a estética. Em inflamações de repetição, priorize investigação (imagem, laboratório), controle e eventual encaminhamento para centros com experiência em materiais permanentes. Energia para colágeno à distância e protocolos de pele podem melhorar qualidade sem tocar no PMMA.
Tabela comparativa
Aspecto | Ácido Hialurônico (AH) | PMMA (permanente) | AH em paciente com PMMA prévio |
---|---|---|---|
Natureza | Biocompatível, reversível (hialuronidase) | Permanente, microesferas | AH reversível, mas o contexto é de maior risco |
Risco principal | Eventos vasculares, edema | Biofilme, reação tardia, difícil remoção | Desorganizar biofilme ao encostar com cânula/agulha |
Exame prévio | Avaliação clínica | — | Ultrassonografia facial obrigatória |
Zonas de atuação | Ampla versatilidade | Onde foi aplicado | Laterais/posteriores e longe do PMMA |
Técnica | Cânula/agulha conforme plano | — | Cânula romba, baixa pressão, trajetos seguros |
Manejo de complicações | Hialuronidase, suporte | Difícil, pode exigir cirurgias | Prevenção e antibiótico-terapia guiada |
Expectativa | Naturalidade, ajuste fino | Volume duradouro | Lift indireto, resultados graduais e conservadores |
Segurança, inclusão e expectativas
Quais são os sinais de alerta após procedimentos em quem tem PMMA?
Vermelhidão persistente, dor crescente, calor, endurecimento ou nódulos na região/adjacências pedem reavaliação imediata. Piora sistêmica (febre/mal-estar) reforça urgência. Relatar qualquer manipulação recente e histórico de PMMA ajuda no manejo ágil.
Não banalize sintomas. Foto sequencial, mensagens precoces e retorno programado evitam pioras. Em suspeita de infecção/biofilme, o tempo é determinante. Seguir prescrição e orientações é parte do tratamento.
Como alinhar expectativas em mulheres 35–50 e homens 30–49?
Mulheres buscam naturalidade, correções sutis e planejamento anual. Homens priorizam contorno mandibular e discrição. Em ambos, com PMMA prévio, a proposta deve ser conservadora, a distância e com foco em harmonizar vetores, não “refazer a área”. Transparência sobre limites técnicos evita frustrações.
— Feminino: pequenas projeções laterais, pele de melhor qualidade, manutenção coerente.
— Masculino: definição sem exageros, rotina simples de pós, linguagem funcional.
— Fototipos III–VI: atenção à hiperpigmentação pós-inflamatória, fotoproteção e escolha criteriosa de energias.
Listas úteis
Checklist pré-procedimento (paciente com PMMA):
- Ultrassonografia facial de alta frequência
- Traçado de zonas proibidas e zonas seguras
- Consentimento informado específico para biofilme
- Plano de antibiótico-terapia e follow-up
- Volumes baixos, cânula romba e trajeto conservador
Erros que aumentam risco:
- Injetar “às cegas” onde há PMMA
- Pressa por resultado imediato no mesmo local
- Volumes altos em uma única sessão
- Ignorar sinais precoces de inflamação
FAQ (12 perguntas)
- Quem tem PMMA pode usar ácido hialurônico?
Sim, em casos selecionados, com ultrassom prévio e técnica à distância do PMMA. - Por que o ultrassom é tão importante?
Porque localiza o PMMA e guia zonas seguras, reduzindo o risco de encostar e ativar biofilme. - O risco é o AH reagir com o PMMA?
O principal risco é mecânico: a cânula/agulha desorganizar biofilme ao tocar o PMMA. - Antibiótico-terapia sempre é necessária?
Frequentemente é considerada, caso a caso, como estratégia preventiva e de manejo. - Posso preencher a mesma área que já tem PMMA?
Em geral, não. Prefira zonas laterais/posteriores para lift indireto. - Cânula ou agulha?
Cânula romba costuma ser preferida por ser menos traumática em trajetos planejados. - Dá para “dissolver” PMMA se algo der errado?
Não. PMMA é permanente; por isso, a prevenção é crucial. - Quanto tempo dura o AH em quem tem PMMA?
Semelhante ao usual, variando do produto/área (≈12–24 meses), se aplicado longe do PMMA. - Ultrassom terapêutico ajuda nesses casos?
Pode melhorar pele/colágeno à distância, como complemento não invasivo. - Quais sinais exigem retorno imediato?
Dor crescente, vermelhidão, calor, nódulos ou mal-estar. - Posso treinar na academia depois?
Siga as orientações. Em geral, reduza esforço nas primeiras 24–72 horas. - Preço aumenta por eu ter PMMA?
Pode haver custos adicionais (imagem, tempo de planejamento, follow-up e fármacos).
Considerações Finais
É possível usar ácido hialurônico com PMMA prévio quando há mapeamento por ultrassom, planejamento vetorial e técnica conservadora que evite contato com o material permanente. O objetivo deixa de ser “preencher a área antiga” e passa a ser harmonizar à distância, com segurança e expectativas realistas.
Referências Externas
- Estética & Mercado • G1 • CNN Brasil • Medscape • Medical News Today • Veja Saúde
- The Aesthetic Guide • MedEsthetics • Allure • Dermatology Times
- Plastic and Reconstructive Surgery • Aesthetic Surgery Journal • Journal of Cosmetic Dermatology • Dermatologic Surgery
- Revista Saúde (Editora Abril) • Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) • Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) • Surgical & Cosmetic Dermatology
- ISAPS • PubMed/MEDLINE • SciELO • ANVISA • FDA • CFM • CFO • ASPS
Dr. Fabio Barros
Dr. Fabio Barros — Cirurgião-Dentista (CRO RJ 31728), é especialista em harmonização facial e cirurgia e traumaologia bucomaxilofacial. Formação e atualizações nacionais e internacionais. Atende no Rio de Janeiro (Leblon/Centro) e São Paulo (Vila Olímpia). Foco em resultados naturais, segurança e planejamento individualizado.
Conhece o seu perfil do Instagram? https://www.instagram.com/fabioricardobarros. Lá você conhecerá boa parte do trabalho de Harmonização Facial no Rio de Janeiro que ele realiza em seu consultório.
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